Conheça as famílias PIGA do Brasil. Você pode conhecer outras famílias em PIGA-CDG nos EUA.
Conheça Luiz Henrique





Nomes dos pais: Luciana e Hélio
Nome e idade da criança: Luiz Henrique, 2 anos. Nascido em agosto de 2019.
Local: Castanhal, Pará
Como e quando você recebeu o diagnóstico? Luiz Henrique foi diagnosticado com 1 ano de 10 meses pelo exame genético painel de epilepsia. Logo após o nascimento, ele parecia uma criança saudável. No entanto, com 5 meses ele não sentava e não engatinhava. Em vista disso, começamos a notar que esses sinais não eram compatíveis com o desenvolvimento normal de uma criança. No dia 24/03/2020, Luiz Henrique teve sua primeira crise convulsiva.
Conte-me sobre sua família e como Lucas está.
Nos mudamos para a casa dos avós maternos de Luiz Henrique para termos ajuda nos cuidados com ele. Em maio de 2020 ocorreu mais uma crise convulsiva após a administração de uma vacina de rotina, a qual teve como reação o aumento da sua temperatura corporal – um fator que facilita a ocorrência de crises convulsivas. Essa crise aparentava ser muito diferente das outras, pois foi demorada e ele parecia não conseguir respirar. Ele foi levado ao hospital, ainda em crise, e durante o atendimento ele broncoaspirou o alimento. Em seguida, ele teve uma parada cardíaca, por conseguinte foi sedado e entubado. Depois de dois dias internado e entubado na UTI do Hospital Magalhães, Luiz Henrique foi transferido por meio de UTI móvel para o Hospital Pediátrico Infantil (HPI), em Belém. Tudo isso ocorreu durante a pior fase da pandemia do Covid-19 no Brasil, o que tornava toda essa situação ainda mais desafiadora. Luiz Henrique ficou 40 dias internado na UTI, dos quais 20 dias entubado. Recebíamos apenas um boletim médico por dia, e não tínhamos o direito de visitá-lo em razão da crise sanitária. Este momento foi extremamente doloroso para nós pais e para a nossa família. Ao sair da UTI, Luiz Henrique precisou fazer uma cirurgia para colocação de uma sonda no estômago, por onde atualmente ele se alimenta.
Após o diagnóstico, muitas coisas mudaram. O Luiz Henrique passou a fazer tratamento semanal com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga. Ele possui uma saúde muito frágil, mas tentamos diariamente deixá-lo o mais confortável possível. Enquanto esse texto está sendo escrito, estamos com ele internado, graças a uma infecção intestinal. As idas ao HPI são comuns, e lá sentimos, felizmente, que estamos em família, posto que o Luiz Henrique tem o amor de todos os profissionais desse hospital.
Você tem algum conselho para famílias recém-diagnosticadas? Tudo isso passará, a cura para PIGA-CDG já está a caminho, e o nosso filho será certamente beneficiado. Temos fé, Deus é o médico dos médicos. Obrigada a todos que direta e indiretamente contribuíram para o bem estar do nosso guerreiro, Luiz Henrique.
Conheça Enzo





Nome: Regiane e Marcelo
Nome e idade da Criança: Enzo Gabriel, 3 anos 4 meses.
Local: Curitiba, Paraná
Como e quando você recebeu o diagnóstico: O Enzo foi diagnosticado aos 2 anos e 5 meses pelo exame genético Exoma. Fizemos o exame Cariótipo, o qual não apresentou nenhuma alteração. Em seguida, fizemos o SNP-Array e também não apresentou nenhum erro. Então fizemos outro exame genético, de Painel de Epilepsia, onde a partir desse chegou o primeiro erro genético. Porém, o erro encontrado no exame Painel de Epilepsia indicou erro em um GENE que não era compatível com a condição do Enzo. Somente mais tarde, com o Exoma, chegamos ao diagnóstico do Enzo.
Conte-me sobre sua família e como está o Enzo:
Enzo nasceu prematuro, de 34 semanas, e desde então vivemos em uma busca constante por oferecer a melhor qualidade de vida a ele. Devido nascimento prematuro, foram necessários alguns dias de observação em UTI. Ele também apresentou icterícia neonatal. Foram alguns dias de tratamento para podemos sair do hospital com ele.
Com 3 meses observamos que ele não tinha desenvolvimento compatível com o tempo de vida: não sustentava cabeça, não firmava tronco, não possuía muita atenção. Isso nos preocupou e tivemos a iniciativa de ir em busca de respostas para a realidade.
Fizemos diversas consultas médicas e diversos exames, os quais nenhum apresentou a causa dos sintomas. Visualmente, sabíamos que havia algo errado, mas sempre fomos orientados que seria normal devido a prematuridade. Seguimos investigando, e então começaram os problemas respiratórios. Enzo apresentava bronquiolite com frequência. A cada duas semanas ele era levado ao Hospital para iniciar tratamento em razão de infecção respiratória, até o ponto de ficar internado com pneumonia.
Aos 9 meses percebemos as crises epilépticas, após observação da avó, que notou alguns movimentos involuntários enquanto ele se esticava, virava os olhos para cima, e ficava rígido por alguns segundos. Devido a nossa falta de experiência, não tínhamos ciência de que ele estava em crise convulsiva. Esse fato também não havia sido observado anteriormente em internações hospitalares.
Buscamos suporte médico de um neurologista que indicou exames de eletroencefalograma e o diagnóstico indicou com padrão neurológico da Síndrome de West. Em paralelo a esta situação, foi iniciada a investigação genética do Enzo, pois ele não apresentava evolução motora e seu desenvolvimento neurológico estava prejudicado.
Como padrão, seguimos com exames básicos para ir aos poucos tentando fechar diagnóstico final. Nesse período, foram diversas internações médicas devido as crises epilépticas. Tivemos ao todo 7 internações, sendo uma que foi necessário ficar 28 dias com o Enzo na UTI. Nesta internação, foi observada a microbroncoaspiração, ou seja, parte do alimento estava indo direto para pulmão, justificando muitas das internações anteriores dele. Para esta ocorrência, foi necessário uso de sonda gástrica.
A gastrostomia foi um divisor de águas. Teve uma enorme evolução física, ganhou peso, melhorou seu aspecto e ficou muito melhor. Mas as crises continuavam. Neste período foram inúmeros medicamentos aplicados para o tratamento do Enzo. Foi um jogo de xadrez, uma missão para chegar aos medicamentos e dosagem que pudesse controlar e segurar as crises.
Ao final de 2019 tomamos uma nova ação. Optamos por investir em um suporte médico com mais experiência e com mais referências. Foi outro marco na vida do Enzo. A atual médica neurologista, Dra Ana Crippa, foi mais criteriosa e tomou novas inciativas até chegar a conclusão que um exame de Exoma seria de fundamental importância para diagnóstico do Enzo.
Então em maio de 2020, tivemos o retorno do Exoma onde o laudo informou erro no Gene PIGA. Mas ainda assim não fechamos diagnóstico pois no exame de painel de epilepsia onde foi analisado o Gene PIGA não acusou erro. Então foi mais 1 mês para concluir que o Painel de Epilepsia estava errado. Um pouco frustrante esta divergência, mas em junho de 2020, fechamos o diagnóstico.
Enfim, um novo ciclo iniciou, novos desafios foram criados, mas agora com o diagnóstico fechado. Este novo ciclo foi outro novo marco na vida do Enzo.
Foram diversas tentativas de ajuste medicamentos, mas quando iniciado o tratamento com o Canabidiol tivemos um salto de saúde substancial para Enzo.
Atualmente as crises foram reduzidas e em janeiro de 2021 complementamos o tratamento com Vigabatrina e até então as crises foram controladas aparentemente. O Enzo toma outros anticonvulsivos complementares ( 5 ao todo ).
Ele também recebe tratamento terapêutico diário de fisioterapia motora, ocupacional, fonoaudiologia, estimulação visual e psicomotricidade
Ao nosso ver, Enzo apresenta uma boa evolução, está interagindo e reagindo muito bem aos medicamentos e terapias. As expressões e atenção dele melhoraram muito e tem se esforçado muito para manter a sustentação de tronco e cabeça.
Temos muita esperança com estas pequenas conquistas que para nós são gigantes.
Você tem algum conselho para famílias récem-diagnosticadas:
A partir da nossa experiência, podemos afirmar: use o instinto paterno, ferramenta muito importante. É preciso acreditar e não desistir. Ainda, aproveite e valorize cada momento, seja ruim ou bom. Isso é uma enorme fonte de energia.
Conheça Joaquim




Nome dos pais: Nayara e Leandro
Nome e idade da criança: Joaquim, 8 meses e meio, nascido em agosto de 2020.
Local: Cuiabá / MT
Como e quando você recebeu o diagnóstico? Recebemos o diagnóstico do Joaquim poucos dias antes de ele completar 8 meses. Nessa fase, ele já estava sob investigação clínica em razão da hipotonia e do atraso no desenvolvimento motor, mas não imaginávamos que poderia ser algo tão sério. Após as vacinas de seis meses, Joaquim entrou em estado de mal convulsivo e precisou ser internado em UTI, quando então iniciamos a investigação genética aprofundada. Nossa neurologista solicitou um exoma completo para estudo genético, e este exame veio com a alteração no gene PIGA.
Conte-me sobre sua família e como Joaquim está. Joaquim possui uma irmã mais velha, Maria Clara (5 anos). Apesar de ele ainda ser um bebê, é nítida a admiração que ele possui pela irmã e o cuidado que ela tem com o Joaquim. Após o primeiro episódio de convulsão, Joaquim voltou a ter convulsões em período de infecção respiratória, e continua apresentando hipotonia e atraso no desenvolvimento motor. Atualmente, Joaquim faz fisioterapia, terapia ocupacional e natação, duas vezes na cada uma dessas atividades, e está aguardando a avaliação com a fonoaudióloga. Temos plena consciência de todo o cuidado e a atenção que a condição genética dele requerem, mas em nenhum momento perdemos a fé e a esperança, de que juntos vamos superar todos os obstáculos e dar ao nosso filho uma vida com a melhor qualidade que ele puder ter.
Você tem algum conselho para famílias recém-diagnosticadas? Viva cada dia de uma vez. Não sofra pelo que ainda pode vir, resolva aquilo que está acontecendo AGORA.
Cada criança é única, não se prenda a rótulos e diagnósticos, tenha fé , com o tempo as coisas vão se acalmando.
Conheça Lucas



Nomes dos pais: Giesa e Adamastor
Nome e idade da criança: Lucas, 2 anos e 11 meses. Nascido em outubro 2018.
Local: Erechim, Rio Grande do Sul
Como e quando você recebeu o diagnóstico? Lucas foi diagnosticado aos cinco meses de idade pelo exame genético de epilepsia em painel. Inicialmente foi realizado um microarray, que teve um resultado negativo. As convulsões tornaram-se cada vez mais frequentes e a médica geneticista pediu um exame chamado painel de epilepsia, que revelou a mutação no gene PIGA, em abril de 2019. As convulsões de Lucas começaram aos três meses de idade, e até esta época ele era aparentemente um bebê normal. Paralelamente ao início das crises epilépticas, ele apresentava atraso no desenvolvimento, tendo perdido tudo o que havia aprendido, inclusive o sorriso e o controle das mãos.
Conte-me sobre sua família e como Lucas está. Ele nasceu em outubro de 2018. Também temos outro filho, Matheus, de 4 anos. Ele é uma criança muito inteligente, feliz e amorosa. Sobre o Lucas, ele não tem controle cervical e não coordena muito bem as mãos. Ele também não faz muito contato visual, porém voltou a sorrir. Ele adora receber carinho e reage a estímulos. Lucas transmite muita paz e quando sente dor ou fome reclama e até chora. No início ele sofria muito com infecções respiratórias, mas neste momento está melhor. Houve quatro hospitalizações e várias visitas ao pronto-socorro no primeiro ano de vida de Lucas. Atualmente, ele usa cinco anticonvulsivantes além de uma dieta cetogênica, porém ainda não se livrou das crises. Lucas faz fisioterapia diariamente desde os cinco meses de idade. Ele possui cuidados técnicos profissionais diariamente, e também faz terapias semanais com fonoaudióloga e terapeuta ocupacional.
Você tem algum conselho para famílias recém-diagnosticadas?
Tente se conectar com outras famílias PIGA e siga o que seu coração diz sobre o tratamento de seu filho. O seu amor e a intuição de pais são muito importantes para seu filho.
Conheça Pedro



Nome dos Pais: Rony e Simone
Nome e idade da Criança: Pedro, 07 Anos e 4 meses
Local: São Paulo – SP
Como e quando você recebeu o diagnóstico? O Pedro estava com 1 ano e 2 meses de idade. Depois de inúmeras crises convulsivas, várias internações, e um atraso significativo no desenvolvimento, pedimos ao médico para solicitar o exame de Sequenciamento Completo do Exoma. Na época, o valor do exame era muito alto, e o plano de saúde não dava cobertura, porém após uma ação na justiça o convênio pagou. Somente através desse exame chegamos ao diagnóstico do nosso filho. Foi um susto, pois não sabíamos nada sobre essa mutação PIGA, e nem os médicos conheciam.
Conte-me sobre sua família e como está o Pedro? Em casa somos quatro pessoas e um cachorro, Nick. Temos um filho mais velho Miguel, tem 14 anos, que é muito inteligente, ama e ajuda o irmão. Desde os 6 meses, Pedro faz inúmeras terapias ( Ecoterapia, fisioterapia, fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, estimulação visual) e passa sempre em acompanhamento com fisiatra, pediatra, neurologista, e em um grupo de estudos do Instituto da Criança, dirigido por grandes profissionais. E essas terapias sempre nos auxiliam na qualidade de vida do nosso filho. Hoje o Pedro estuda no Lar Escola AACD, uma escola que acolheu o Pedro da forma que ele necessitava, pois nem todas as escolas estão preparadas para receber crianças com alguma necessidade especial. Ele começou a interagir um pouquinho mais com a gente, pois lá recebe muitos estímulos, ele ri, faz seus trabalhos com ajuda. Ele já foi muito hipotônico, mas está bem mais firme que anos atrás. O Pedro teve uma pneumonia severa aos 2 anos, quase perdemos nosso filho, foram momentos bem difíceis e duros, mas ele sempre foi muito forte e guerreiro. Pedro hoje faz uso da Dieta Cetogênica, que foi o tratamento principal para reduzir suas crises epiléticas a praticamente zero e permitir retirar praticamente todos os remédios que ele tomava. Ele já chegou a ter mais de 30 crises em um único dia. Ele se alimenta muito bem, e toma somente 1 remédio e já está desmamando esse tbm. Vamos entrar agora com CBD para ver se ele terá mais ganhos.
Você tem algum conselho para famílias recém-diagnosticadas? Nunca desista de dar uma melhor qualidade de vida para seu filho. Ofereça a ele todas as terapias que você puder, tudo o que estiver ao seu alcance e o que não estiver corra atrás, mesmo parecendo não estar dando muito retorno hoje, você vai ver no futuro, o quanto isso ajudará seu filho. Não perca a fé e continue cuidando e unindo sempre a família, pois juntos somos mais fortes!